– Ah não? Quem vai limpar a bagunça da sala?… “
– Pode deixar que eu limpo… Ela só tem 01 ano.”…
E o tempo vai passando:
“- Pode deixar que eu limpo… Ela só tem 03 anos.”… “– Ela só tem 05 anos.”…
Quem nunca ouviu isso quando a mãe está por perto? Para a mãe, seus filhos sempre serão suas crianças…
Pelo menos eu cresci ouvindo isso. Quando não foi para mim, foi para minhas filhas. A Aluandra com 25 anos e a Glenda com 04 anos. Até hoje, minha mãe faz tudo por nós. Sempre trabalhei e, muitas vezes, chegava tarde em casa e ela falava: “A Lu teve febre. Levei no médico de ônibus, foi medicada, já dei banho, papa e agora está nanando”.
Na época que a Lu nasceu, minha mãe tinha 50 anos e era totalmente independente. Mesmo sem dirigir, não se apertava com nada. Levava a Lu na natação na cava do bosque, levava no teatro, na casa de amiguinhas, na escola, no médico. E assim foi.
Quando Glenda nasceu, ela estava com 71 anos. E mesmo assim, até hoje, ela busca Glendinha na escola e, quando precisamos trabalhar até tarde ou muito cedo no dia seguinte, é na casa da vó Fina que Glendinha dorme. Agradeço a Deus, todos os dias, pela força da minha mãe.
Somos de uma família muito simples. Conta minha mãe que, ela precisava ir ao centro de Ribeirão, meu irmão Emerson e eu tínhamos por volta de três ou quatro anos, e estava com o dinheiro contado para o ônibus e para comprar o que precisava. Quando saímos das Lojas Americanas, o Emerson chorava baixinho, e ela perguntou o que tinha acontecido. “Estamos sem dinheiro, né, mãe? Não tem problema. Quando tivermos, a gente compra aquele Papai Noel de chocolate né?”.
Minha mãe voltou, comprou 01 Papai Noel de chocolate com o dinheiro do ônibus, repartiu para nós dois, e voltamos a pé para casa, que na época era na Vila Tibério, mas fomos em festa.
Quantas vezes eu cheguei da escola, com dor de cabeça, com cólica e lá vinha ela com paninho quente para colocar em minha barriga e um remedinho para aliviar minhas dores. Quantas vezes chorou comigo e me botou em seu colo para me “acarinhar”.
E foram de várias dificuldades que passamos, que minha mãe nos ensinou o valor das coisas e da vida. O respeito pelos mais experientes, pelo ter e pelo não ter. E jamais perder a fé e a esperança.
Muitas vezes eu ouço: “Aloma, te admiro pela sua garra!” Na verdade, isso eu herdei da Dona Josephina. Sempre animada, sempre pronta para tudo, pronta para recomeçar e tentar novamente. Minha mãe é a verdadeira mãe. Aquela que acolhe, que aconchega, que quando alguém chega em casa ela faz bolinho de chuva e café, que a qualquer hora tem comida pronta no fogão e um bom bate papo.
Quem é você? Você somos nós e, nós sem você, nada somos. Hoje não é o DIA DAS MÃES, mas não precisa ter o dia especial para dizer que se ama alguém. E o dia das mães, é todo dia, todo momento.
Amamos você, viu, Dona JOSEPHINA MARIA SAVOIA. Obrigada por tudo.
Por Aloma Bueno
Jornalista